Mar Mère
O mar regenera e cura
Levando as impurezas
Da mente e do corpo
Trazendo calma e leveza
Como grande mãe
O mar nos embala
Em ondas suaves
E no silêncio ele fala
Que a vida é como ele
Tem alta e baixa maré
Modos naturais do Ser
Em ritmo de divino balé
Suas águas profundas
Guardam incontáveis mistérios
Como nossa alma carrega
Pérolas alcançadas por méritos
Se não sentirmos a divindade
Em nosso íntimo interior
É o mar imensa lembrança
Que devemos a vida ao Criador
Pois ninguém se autoproduz
Na teia da vida exuberante
Somos partícipes ínfimos
Atores e atrizes coadjuvantes
Do drama cósmico universal
Que se expande e se retrai
Como o mar, ventre fértil
Mãe que não se esgota jamais.
Desserjo
No dicionário não encontro
Palavra que possa dizer
O que se passa em mim
Um misto de ser e querer
Ardência suave e calma
Que aguarda a ventura
Desconhecida do ego
Que não vê tal altura
Força imperiosa
Por tamanha, inefável
Impele a minha alma
Ao encontro inevitável
Com o Fogo-Luz-Sol
Centro da dança da vida
A Plena Presença Una
A Geratriz toda bendita
Se me ponho no simples
Não-querer dos quereres
Do mundo que esvanece
É que já sinto nobres deveres
E deleito-me consciente
Na Verdade e na Luz
De dar e ser presente
A mim e a outros seres
Ignorantes do doce sabor
De viver o transcendente.
À aflita alma feminina
Menina-moça, sorria
Pois a luz do teu sorriso
Encanta e alegra a alma
Como cariciosa melodia
Não te deixes levar
Pelas decepções do caminho
Já que a vida é aprendizado
E ninguém cresce sozinho
Na busca da felicidade
Atropelamos nosso querer
Tentando acertar pelo ego
Então a maldade pode nascer
Mas é a fragilidade nossa
De humanos em construção
Que pedem amparo constante
Da força que brota do coração
Se te viste magoada e ferida
Olha pro céu na estrada
Da tua vida preciosa
Que deves cuidar sem medida
E o amor que devemos alcançar
Só chega na maturidade
Do sentir e do pensar
Na razão e na fraternidade
Que teus sonhos se renovem
Em novas cores de esperança
Para que cumpras teu destino
Com destemor e confiança
Sê grata a Deus e a Maria
Por te oportunizarem dores
Que redimem as impurezas
E te elevam a nobres amores!
