Ave do Nilo

Ave do Nilo

Graciosa e altiva carregas

Uma simples alma gentil

Esculpida em várias eras

Tornou-se joia feminil

Embates, lutas e desafios

Forjaram tua vontade interior

A novos patamares de luz

Fostes levada com ardor

De nativos campos verdes

Surgiste da terra raiz

Mãe de todos os seres

Ele nutre e guia o aprendiz

E pelos caminhos do amor

Deixas rastros de beleza

Vivendo como leveza e calor

Refletes a Vigorosa Natureza. 

Ahavah

Ahavah

O Amor é o bem maior da vida

Luz que regenera e faz crescer

Como jardim de perene florescer

Seu imenso poder se mostra

Na pequenez e na grandeza

E aí reside Sua grande beleza

Causa da vida e do ser

É o Glorioso Sol Infinito

Que alcança o feliz e o aflito

De Seu cuidado e sustento

Criatura alguma é esquecida

Pois Sua doação é sem medida.

Love for

Love for

Evanescent forms

In ideal beauty

Feed my vivid mind

Colors and tastes

Feminines faces

Echoes of dreams

Like a vast, deep, calm

Tempestuous ocean

An endless venture

My redemption and sorrow

Freedom and slavery

Transcendent synthesis

Great mystery of soul

Mighty igneous impetus

Path to the divine

May thou, feminea formositas

Always be blessed

Thou, reflection of paradise!

Irmã Celeste

Irmã Celeste

Dos meus sonhos, és a realidade mais bela

A flor mais preciosa e inestimável

Sempre oculta no recôndito de minh’alma

Nos dias de escuridão interior

Sob a ignorância maior do ego

Não te sinto e penso estar só

Mas a radiância da tua luz imortal

Desponta em novo amanhecer

Elevando-me novamente

E então sinto a vida pulsante

Como a paisagem mais deslumbrante

E sou mais que eu mesmo, contigo.

Amor mediterrâneo

Amor mediterrâneo

Nas encostas de ardente sol

Onde o mar se inclina belo

Estás em meio das flores

Ó bem que muito anelo!

Em doces vagas de ternura

Que não se dobram ao inusitado

Clamando aos ventos bravios

Ei-la a celebrar o seu amado

Nas noites, dias e tardes

De sombra, luz, calor e frio

Renova-se ígnea e potente

A luz que jamais partiu

Pois é clara como a neve

Única como a alvorada

Sólida como os céus

Pura essência adorada!

Luz do mundo

Luz do mundo

Que sei eu de teu amor infinito?

Que sei eu da tua força invencível?

Que sei eu de tua sabedoria divina?

És Sol de Amor ignoto

A minha compreensão obtusa

Que de Ti apenas pressente

Tateando quase inconsciente

Um Fogo Eterno de Paz

Chama Divina, serena e única

Essência revelada em profusão

Sem mescla, pura, clara

Como fragrância da flor mais rara

Jamais conhecida aos inferiores

Que anseiam poder um dia

Vivenciar os mais sublimes amores.

Vida que ressurge

Vida que ressurge

Oh, Amor de poder infinito!
Gera-Te sem cessar
E consolas corações aflitos
Conduzindo a novo despertar

De Ti somos instrumentos
Uns mais afinados, outros nem tanto
Mas sempre Tua melodia soará
Com harmonioso e doce encanto

Somos, pois, gratos a Ti
Por nos teres dado o viver
Sob Teu ritmo divino
Para crescer e florescer!

Harmonia das musas

Harmonia das musas

De etéreas modulações
Faz-se a música balsâmica
Que eleva e dinamiza

As notas suaves vibram
Acalmando as almas
Que encontram o ser

Corações renovam-se
Mentes iluminam-se
Espíritos despertam

Através das melodias
Das harpas e liras
Presente dos deuses.

Santa Sabedoria

Santa Sabedoria

É a Ti que rogo socorro nas aflições

Que assolam minha alma frágil

Pois És luz permanente a guiar

Mãe de todas as ciências

Virtudes e heroísmos

Imperiosa Força-Ideia

Mostra-me Tua face austera

Sempre que eu me perder

Por Contigo eu ainda não ser. 

Képhi

Képhi

É preciso celebrar sem medida

A vida que se tem dada

Pois o tempo nos devora

A cada passo da estrada

No infortúnio ou júbilo

A embalar nossa senda

Sejamos unos e inteiros

Em harmonia, sem contenda

Viventes almas ao amor

Lançando-se destemidas

Dando adeus à sombra

Nunca se fazem perdidas

Pois no coração-santuário

Em vibração intensa

Há o poder imortal de ser

Luz, plena presença!

Hei de ser

Hei de ser

Livre de minha estreiteza atual

Coberta de névoas e enganos

Mistificada, desnaturada

Carente do simples essencial

Livre da cobiça, vilã maldita

Atormentada e desregrada

Da sombra filha predileta

Que o caminho certo interdita

Livre da ardil-maldade sutil

Que corrompe e degenera

Os mais santos impulsos

Livre da ignorância, afinal

Prisioneira maior que gera

Amargos frutos polutos.

Dadivosa pobreza

Dadivosa pobreza

Quando o Sol de Assis a ti consorciou-se

Tomando-te por companheira mais íntima

Desfraldou imaculada bandeira de liberdade

Seu canto, então passional, transmutou-se

Em rasgos de ardente fé e simplicidade

Glorificando as maravilhas da imortalidade

Ó, pobreza, irmã mais singela e poderosa!

Tu, que ainda não resides em mim

És a porta da serenidade que almejo

Conheço-te em momentos fugidios

Quando calo meus quereres inúteis

E mergulho no silêncio da humildade

Sê comigo! Nas aflições és o remédio

A fortaleza mais segura, a âncora divina

O refúgio e o escudo no meio das ilusões

De ti brotam potências ignoradas à mente

Como mãe magnânima, doa-te incessante

Aos seres que a ti se unem confiantes

Raio de sol que dissipa as brumas do ego

Espada flamejante que destroça a sombra

Mediadora do encontro com o grande Ser!

Imortalidade

Imortalidade

Cantada pelos poetas
Vislumbrada pelos sábios
Sentida pelos santos
Em alegres prantos

Sonho e fantasia, dizem
Ideia ilusória de fracos
Que não abraçam o óbvio:
O corpo perecível e vão

Mas quem ousará dizer
Em alta voz e resoluto
Que a alma não é real
Em certeza, em absoluto?

Qual homem pode então
Fazer de sua estreita razão
Juiz infalível de excelsa questão
Sem se perder pelo sim ou pelo não?

Na dúvida, sigo o que fala manso
Em tom de candura inaudita
Na acústica da alma contrita
O coração sonhador e feliz

Ele, sim, ele é quem diz
E reafirma sem cessar
Que tolice é acreditar
Que alma imortal não há

Pois a Vida vem da Vida
Eterna, fecunda e infinita
De Si mesma tendo surgida
Como Luz Incriada e bendita!

Filocalia

Filocalia 

Amor ao Ser Único, o Belo
Amor ao Divino Esplendor
Amor à Beleza Imortal que É
Filocalia! 

Amor sem desejo de posse, amor maior
Amor que se entrega em pacífica união
Amor que preenche e não conhece limite
Filocalia! 

Amor da alma à Alma Suprema
Amor do ser ao Ser Essencial
Amor da mente à Ideia Eterna
Filocalia!

Amar sempre

Amar sempre

Em meio ao desencanto e abatimento

Nos dias de indecisão e amargura

Sob a pressão dos julgamentos e expectativas

Que o Amor não se esconda, mas seja Vida!

Amor de mãe, de pai, de filho ou de irmão

Amor transcendente ao Ser Onipotente

Amor consciente na relação conjugal

Amor, sempre Amor, o Infinito Sol Sideral!

Alimento que nos vitaliza e eterniza

Força divina que nos impulsiona ao Bem

Fermento das ações generosas e santas

Cálido ou fugaz, sua presença sempre se faz

Mesmo nas formas brutas e entorpecidas

Ele que encerra o mistério da ventura ou da desdita!

Alma grega

Alma grega

Ó Ílios, Sol Eterno e Imortal!

Em meio à ignorância que ilude

Minha alma anseia tua Luz Divinal

Para que eu realize o que só não pude!

Ó Doador da Vida, Cosmo Divino!

Aquece meu ser, inflama minha vontade

Para que eu cumpra meu destino

E viva já na Terra a gloriosa eternidade!

Sei que EU Tu SOU em essência

Mas minha passageira personalidade

Não corresponde à Verdade em vivência

Assim rogo a Ti, Única Realidade!

Para que a essência seja existência

Apenas uma faísca de Tua infinita claridade!